O que parece ser apenas mais um barulhento protesto de rua em Londres é na verdade um sinal de que algo está mudando mais profundamente na política britânica.
No centro está Tommy Robinson – cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon – um homem que muitos no establishment consideram perigoso, mas que centenas de milhares de pessoas consideram o único a dizer em voz alta o que pensam silenciosamente.
Robinson surgiu pela primeira vez em 2009, quando fundou a Liga de Defesa Inglesa em sua cidade natal, Luton, depois que ativistas islâmicos gritaram insultos contra Britânico soldados retornando do Afeganistão.
Mais tarde, abandonou o movimento, dizendo que este tinha sido assumido por extremistas genuínos, mas manteve a mesma mensagem central: o Estado tem demasiado medo de acusações de racismo para lidar honestamente com problemas ligados à imigração em massa e ao Islão radical.


Essa mensagem ganhou força com os escândalos das gangues de aliciamento. Os inquéritos oficiais confirmaram que, durante anos, a maioria das raparigas brancas da classe trabalhadora foram abusadas por grupos organizados de homens, muitas vezes de origem paquistanesa, enquanto as autoridades locais e a polícia não agiram.
Reação crescente à medida que temores ignorados alimentam o ímpeto populista
Para muitas famílias, a linguagem dura de Robinson soou menos ofensiva do que o silêncio e as desculpas dos funcionários que simplesmente desviaram o olhar. Compra do Twitter por Elon Musk, agora Xdeu a Robinson uma segunda vida.
Sua conta anteriormente banida foi restaurada, seu alcance explodiu e, segundo o ativista, Musk até ajudou a cobrir contas legais em um caso em que um juiz mais tarde decidiu que ele havia sido tratado injustamente como um risco de terrorismo.
Para os seus apoiantes, isto provou que instituições poderosas violarão as regras para punir aqueles que as envergonham. Em setembro, Robinson liderou uma marcha “Unir o Reino” no centro de Londres que atraiu cerca de 100 mil a 150 mil pessoas.
A multidão misturou a preocupação com o crime e a migração ilegal com a raiva das elites políticas e dos meios de comunicação tradicionais. Houve confrontos e prisões, mas a escala da mobilização surpreendeu os observadores.
A história mais profunda não é gostar ou endossar o próprio Robinson. É sobre o que acontece quando as instituições ignoram os medos comuns e ao mesmo tempo tornam as regras de expressão mais rígidas.
Nesse espaço, vozes independentes e proprietários de plataformas ricos preparados para assumir riscos num debate aberto podem tornar-se pontos focais para uma reação que ultrapassa fronteiras.