Os mercados financeiros do Brasil abrem na segunda-feira em meio à turbulência política depois que o Ibovespa despencou 4,31%, para 157.369 na sexta-feira – sua pior queda em quase cinco anos – apagando R$ 182,7 bilhões em valor com a notícia de que o senador Flávio Bolsonaro está pronto para desafiar a presidência de 2026 como alavanca para a anistia de seu pai preso, marginalizando o governador Tarcísio de Freitas, favorecido pelo mercado, e apoiando Lula probabilidades de reeleição.
Os líderes industriais alertam que o boom está estagnado, com as previsões de crescimento caindo para 2,3% em 2025, em meio a altas taxas e burocracia, enquanto o Nubank enfrenta forte resistência da Febraban em relação às taxas de empréstimo altíssimas (110,9% anuais) e benefícios fiscais.
Agenda Económica para 8 de dezembro de 2025
Brasil
- 6h25 BRT – Leitura do Mercado Focus do BCB
- 8h BRT – Produção de automóveis (mensal) (novembro) Anterior: 1,8%
- 8h BRT – Vendas de automóveis (mensais) (novembro) Anterior: 7,2%
Implicação: Foco Hawkish + impressões automáticas fracas → Selic permanece alta por mais tempo, defensivos (bancos, serviços públicos) favorecidos, BRL testa 5,45–5,50; mudança dovish + vendas >7% → risco ativo, Ibovespa rumo a 160 mil.
México
- 10h BRT – PMI de Manufatura (novembro)
- 14h BRT – Balanço Fiscal (outubro)
Implicação: PMI suave + défice mais amplo mantém-se Banxico cauteloso, faixa do peso entre 19,80 e 20,20, derramamento limitado ao BRL.
Estados Unidos
- 11h BRT – Expectativas de inflação ao consumidor (novembro) Anterior: 3,2%
- 11h30 BRT – Leilão de notas de 3 meses
- 13h BRT – Leilão de notas de 3 anos
Implicação: Expectativas abaixo de 3% → recuo do dólar, elevação das commodities, benefício do Ibovespa e da Vale; surpresas positivas → recuperação do dólar, realização de lucros após a volatilidade da semana.


Europa (selecionado)
- 02h00 BRT – Lei da Produção Industrial Alemã (mensal) (outubro): 1,8% Contras: 0,2%
Implicação: A contracção contínua limita a recuperação do EUR, o que é ligeiramente positivo para os exportadores de matérias-primas.
Por que esses eventos são importantes: O Focus do Brasil e os dados automotivos são as âncoras domésticas na segunda-feira; leituras resilientes reforçam a narrativa “taxas altas + crescimento irregular” em meio ao choque político de Flávio Bolsonaro e aos alertas de desaceleração industrial. As expectativas de inflação nos EUA determinarão se a recuperação global se prolongará ou terá uma pausa.
Mercados do Brasil na sexta-feira
A B3 encerrou a sexta-feira um caos, com o Ibovespa subindo acima de 165.000 intradiários antes de cair 4,31% para 157.369 – apagando R$ 182,7 bilhões (US$ 34 bilhões) em valor com as notícias da pressão presidencial de Flávio Bolsonaro em 2026.
O índice agora subiu apenas 25% no acumulado do ano. O dólar comercial subiu 2,29%, a R$ 5,4318, tocando brevemente R$ 5,48.
Mercados dos EUA na sexta-feira
Os mercados dos EUA fecharam em alta. S&P 500 +0,2% para 6.870,40, Dow +0,2% para 47.954,99, Nasdaq +0,3% para 23.578,13. O Fed de dezembro reduziu as probabilidades em cerca de 89%.
Mercado do México na sexta-feira
1. Peso consolidado em torno de 19,95–20,05.
2. O índice IPC terminou ligeiramente superior.
3. O volume permaneceu leve.
Mercado da Argentina na sexta-feira
1. Merval ampliou os ganhos em pesos.
2. ADRs mistos, mas a YPF e os bancos lideraram.
3. O risco-país continuou a diminuir gradualmente.
Mercado da Colômbia na sexta-feira
1. COLCAP fechou ligeiramente em alta.
2. Peso estável próximo à faixa recente.
3. Ecopetrol entre os maiores ganhadores.
Mercado do Chile na sexta-feira
1. A IPSA registou ganhos modestos.
2. Peso pouco alterado.
3. Os nomes relacionados ao cobre apoiaram o sentimento.
Óleo
Os mercados de petróleo pairam perto dos máximos de duas semanas, à medida que o Fed entra em conflito com os temores de excesso. Brent ~$63,8/bbl, WTI ~$60,2/bbl.
Ouro
O ouro paira perto de máximos recordes. À vista ~$4.210–4.220/oz.
Prata
A recuperação da prata testa os limites do boom dos metais impulsionado pela liquidez. ~$58,5/oz.
Cobre
Nova compressão do cobre: LME 3 meses ~US$ 11.700/t.
Minério de Ferro
O minério de ferro cai para US$ 105,00 – US$ 107,00/t com o retorno da ressaca do aço na China.
real brasileiro
O real começa a semana perto de 5,44 USD/BRL, prejudicado pela queda de 2,29% de sexta-feira devido ao choque de Flávio Bolsonaro.
Criptomoedas
Bitcoin ~$91.500, capitalização de mercado se recuperando para $3T com o encerramento do trimestre pelo Fed.
Empresas e Mercado
Principais Desenvolvimentos
• Proposta de Flávio Bolsonaro para 2026 sacode mercados: Candidatura de senador dá certo, aumenta chances de Lula, provoca queda de 4,3% do Ibovespa; os bancos e os ciclos domésticos foram os mais atingidos, os exportadores (WEG, Suzano, Klabin, Braskem) aumentaram.
• Elite Industrial alerta sobre a perda de força do Boom: FIESP sinaliza desaceleração do crescimento para 2,3% (2025) ante 3,4% (2024).
• Nubank enfrenta resistência bancária: Febraban derruba taxas de empréstimo e benefícios fiscais de 110,9%; Nubank defende modelo.
Os futuros do Ibovespa apontam para uma abertura cautelosa perto de 157.500–158.000, digerindo as consequências políticas, a menos que os dados Focus/auto surpreendam positivamente.