Pontos-chave
- O ex-chefe da PRF Silvinei Vasques foi detido em Assunção enquanto tentava voar para El Salvador.
- A Suprema Corte chama isso de caso de conspiração golpista; muitos brasileiros chamam isso de perseguição política.
- 2026 pode decidir se as sentenças duras serão mantidas ou reescritas.
Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Brasil, foi detido no aeroporto de Assunção em 26 de dezembro quando tentava embarcar em um voo para El Salvador.
Os investigadores dizem que ele quebrou a tornozeleira eletrônica ordenada pela justiça em Santa Catarina, atravessou o Paraguai em um carro alugado e carregava um passaporte paraguaio falso.
Ele estava acompanhado de seu cachorro. O Paraguai o identificou no aeroporto e depois o entregou perto da Ponte da Amizade para transferência à Polícia Federal do Brasil.
O estopim foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 16 de dezembro, condenando-o a 24 anos e seis meses de prisão.
Os promotores afirmam que em 30 de outubro de 2022, segundo turno presidencial, as operações rodoviárias da PRF atrasaram ônibus e carros que se dirigiam aos locais de votação. Lula ganhou essa votação.
O STF trata a suposta interferência como parte de um esforço mais amplo para anular o resultado e vincula essa história aos ataques de 8 de janeiro de 2023 a prédios federais em Brasília.


Prisão de ex-chefe de polícia no Paraguai expõe a batalha judicial do Brasil em 2022
Por trás do processo legal está uma guerra de legitimidade. Muitos brasileiros veem a responsabilização atrasada. Muitos outros rejeitam o rótulo de “conspiração golpista”, argumentando que o tribunal está a utilizar o direito penal para neutralizar os opositores e intimidar um eleitorado de tendência direitista.
Uma pesquisa Datafolha publicada esta semana descobriu que 35% dos brasileiros se identificam como de direita e 22% como de esquerda.
Essa divisão torna 2026 volátil. Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses no mesmo caso, foi submetido a uma cirurgia de hérnia em 25 de dezembro, após receber autorização judicial para sair da prisão para tratamento.
O Congresso já apresentou propostas para reduzir as penas vinculadas às condenações de 8 de janeiro.
Nos Estados Unidos, a clemência geral de Donald Trump a mais de 1.500 arguidos do 6 de Janeiro em Janeiro de 2025 mostrou a rapidez com que os processos podem ser reinterpretados politicamente.