Ednaldo Rodrigues, presidente da Federação Brasileira de Futebol (CBF), foi afastado do cargo após decisão judicial no Rio de Janeiro.
O juiz Gabriel de Oliveira Zefiro emitiu na noite de quinta-feira despacho que suspendeu efetivamente Rodrigues e demais dirigentes da CBF. Um dos vice-presidentes de Rodrigues, Fernando Sarney, foi nomeado presidente interino. Ele foi convidado a organizar novas eleições na federação.
Rodrigues foi alvo de duas petições ao Supremo Tribunal Federal nos últimos dias. Eles se relacionam com a alegada falsificação de documentos antes da reeleição de Rodrigues em março.
Uma das petições, da deputada Daniela Carneiro, pedia ao Supremo que suspendesse e investigasse Rodrigues. Foi alegado que a assinatura do vice-presidente da CBF, Antonio Carlos Nunes de Lima, foi falsificada em um documento que fortaleceu o controle de Rodrigues na presidência da federação.
Rodrigues, de 71 anos, é presidente da CBF desde 2022 e foi reeleito sem oposição em março.
A carta de Carneiro afirma que um relatório médico de 2023 afirmava que o vice-presidente Nunes de Lima carecia de capacidade “física e cognitiva”. Ela alega, portanto, que ele assinou o documento chave “sem a sua plena capacidade de compreensão” ou que a sua assinatura foi falsificada sem o seu consentimento.
A CBF rejeitou a sugestão de que a assinatura seja inautêntica e insistiu em comunicado no dia 6 de maio que “os atos relacionados ao referido acordo foram praticados dentro da lei” e que “o processo foi legítimo”.
A CBF não se pronunciou oficialmente desde que Rodrigues foi afastado do poder. A Federação foi contatada por O Atlético para comentar.
Na noite de quinta-feira, segundo reportagens da mídia brasileira, Rodrigues pediu ao Supremo que anulasse a ordem de Zefiro. O Supremo Tribunal deve decidir sobre a reeleição de Rodrigues no dia 28 de maio.
Rodrigues conversou com repórteres no Congresso da FIFA em Assunção, no Paraguai, cerca de 20 minutos antes de a ordem de Zefiro ser divulgada. Ele afirmou que a assinatura de Nunes é legítima e disse estar tranquilo diante das denúncias.
“Aqueles que agem da maneira certa não têm nada a temer”, disse ele.
Reportagem adicional: Mário Cortegana
(Buda Mendes/Getty Images)