O teste de silêncio da Argentina: um país atingido pela crise pode reconquistar a confiança do mercado?

O teste de silêncio da Argentina: um país atingido pela crise pode reconquistar a confiança do mercado?


Pontos-chave

1. A Argentina está a vender a sua primeira nova obrigação em dólares desde 2018 para refinanciar dívidas antigas e não para expandir os empréstimos.

2. A medida visa pagar as pesadas contas de Janeiro sem esgotar as escassas reservas do banco central.

3. O sucesso recompensaria uma mudança em direção à disciplina; o fracasso exporia o quão frágil o país ainda é.

A Argentina muitas vezes parece um país preso à repetição. Boom, bust, default e então o mesmo filme novamente. Esta nova venda de títulos é uma tentativa de mudar o roteiro.

O governo emitirá um título de quatro anos em dólares, com vencimento em novembro de 2029 e pagamento de juros de 6,5%. O dinheiro não financiará novos projetos ou promessas eleitorais.

Irá pagar parte dos mais de 4 mil milhões de dólares em dívida em moeda estrangeira que vence em Janeiro.

Isto é importante porque o banco central tem pouco dinheiro real. As suas reservas brutas parecem grandes no papel.

Mas uma vez subtraídos os swaps com a China, os depósitos de bancos locais e o que o país deve ao FMI, muitos analistas acreditam que o valor utilizável é inferior a zero.

No passado, esses momentos terminaram com a impressão de dinheiro, controlos mais rigorosos e outra viragem para uma política estatal.

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A equipe em torno do presidente Javier Milei quer evitar esse caminho. Paralelamente às obrigações, estão a negociar um empréstimo “repo” com bancos globais que poderá totalizar até 7 mil milhões de dólares em dinheiro fresco, garantido por obrigações.

O objectivo é simples: pagar o que é devido, manter as reservas estáveis ​​e mostrar que a Argentina pode comportar-se como um mutuário normal.

Os investidores estão cautelosamente interessados, mas não se esqueceram do incumprimento de 2020 ou das promessas anteriores não cumpridas.

O título é emitido sob a lei argentina, o que deixa muitos grandes fundos nervosos. As primeiras conversas sobre preços apontam para um rendimento de dois dígitos. Suficientemente elevado para reflectir o risco, mas inferior ao do passado recente.

Para expatriados, empresas e qualquer pessoa que observe a Argentina, a verdadeira história é a confiança. Se o país gerir anos de orçamentos disciplinados e pagamentos ordenados da dívida, o crédito ficará mais barato, o investimento sentir-se-á mais seguro e as famílias considerarão os empréstimos menos penosos.

Caso contrário, este “regresso aos mercados” será apenas mais um episódio de curta duração numa longa série de crises auto-infligidas.


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