Jair Cunha: O novo gigante do Nottingham Forest tem mais a oferecer do que apenas tamanho

Jair Cunha: O novo gigante do Nottingham Forest tem mais a oferecer do que apenas tamanho


Os brasileiros têm uma palavra para jogadores como Jair Cunha, o mais recente reforço defensivo do Nottingham Forest. Ele é um exemplo clássico de Xerifão, um grande xerife, o tipo de zagueiro cujo físico grita autoridade e robustez.

Cunha tem apenas dois metros de altura (6 pés 6 pol.). Ele tem apenas 20 anos, provavelmente ainda está crescendo, mas já é uma grande pedra.

Basta olhar para ele e você imediatamente se preocupa com qualquer atacante que espera igualá-lo em termos de força. Qualquer um que queira vencê-lo no ar provavelmente deveria comprar alguns grampos, porque eles precisarão escalá-lo primeiro.

Contudo, o jogo de Cunha é mais do que as dimensões brutais do seu esqueleto. Ele tem confiança na bola, é inteligente no posicionamento e adora competir. Porém, não há como contornar isso, assim como não há como contorná-lo: foi esse quadro que o impulsionou da relativa obscuridade no Brasil para a Premier League no espaço de um ano.

Se você estivesse se sentindo brega, você chamaria isso de uma história complicada.

Para Cunha, tudo começou em Orlândia, uma pequena cidade rural do estado de São Paulo e na periferia do nada. Sua paixão inicial foi o atletismo: Cunha, mais alto que a média desde o início, dominou os 50 metros rasos e o salto em distância nas competições locais.

Quando ele jogava futebol, era como atacante. Seu pai, atacante amador, pretendia que o não tão pequeno Jair seguisse seus passos. Até seu nome fazia parte do plano: Cunha recebeu o nome de Jairzinho, o furacão atacante da vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970.


Jair Cunha comemora gol contra o Seattle pelo Mundial de Clubes (Pablo Porciuncula/Getty Images)

Cunha jogou pelo time local até os 11 anos, quando entrou no radar de Juary, ex-jogador do Santos e hoje conhecido como um excelente caçador de talentos. “Ele já era alto e forte”, disse Juary ao canal de notícias esportivas brasileiro GloboEsporte no ano passado. “Ele leu o jogo e se antecipou bem. Fez um bom passe e foi bom no jogo aéreo. Achei que ele seria um ótimo zagueiro.”

Juary o inscreveu. Cunha mudou-se para Santos, com sede na cidade de mesmo nome, a uma hora de carro ao sul de São Paulo, morando com amigos da família até que sua mãe pudesse acompanhá-lo. Foi uma grande mudança para um garoto que ainda não era adolescente, mas ele se adaptou bem e progrediu com serenidade na hierarquia do Santos, acabando por assinar seu primeiro contrato profissional em junho de 2021, aos 16 anos. (£ 61 milhões; $ 82 milhões) A cláusula de rescisão revelou a estima que o clube tinha por ele.

No início de 2022, Cunha se saiu bem no Copinhaa grande competição sub-20 do futebol brasileiro (e bonança do olheiro), apesar de ser quatro anos mais novo que alguns de seus adversários. No final daquela temporada, ele treinava no time titular do Santos e recebia ótimas críticas – além de comparações com um ex-capitão do Brasil.

“Ele tem 17 anos e muita qualidade”, disse Lisca, então técnico do Santos, em agosto de 2022. “Ele me lembra o Lúcio quando passou: um pouco rude, mas forte e comprometido. Jair tem um potencial enorme. Ele é alto e rápido. Estou desesperado para colocá-lo no time, mas há um momento certo para tudo.”

O jogador favorito de Cunha na adolescência era o zagueiro do Real Madrid e da Espanha, Sergio Ramos. O jovem tem relativamente dois pés e é preciso com a bola, mas não estamos falando de um cara que vai fazer passes de 30 jardas. Lúcio – pernudo, corajoso, robusto no desafio – é provavelmente mais apropriado como ponto de referência.

Em janeiro de 2023, Cunha sofreu um grande revés. De volta ao Sub-20 para mais uma Copinha, ele caiu no chão durante um jogo e saiu de campo aos gritos. Os exames revelaram uma ruptura do ligamento cruzado anterior e um menisco danificado no joelho direito.

Ele não jogou novamente por 10 meses. Ele, porém, continuou crescendo: quando voltou, estava 2 cm mais alto do que antes da lesão.


Jair Cunha em ação de pré-temporada contra o Estoril (Fran Santiago/Getty Images)

Cunha fez sua estreia na seleção principal no final de 2023. Depois, quando o Santos perdeu o zagueiro titular Joaquim devido a uma lesão em julho do ano passado, ele entrou no time titular e lá permaneceu, apresentando uma série de atuações garantidas na conquista do título brasileiro da segunda divisão em novembro. No final da temporada, o Santos estava aceitando – e recusando – ofertas do Porto de Portugal e da italiana Atalanta.

Quando ele deixou o Santos em fevereiro, não foi para a Europa, mas para o compatriota Botafogo. Pareceu a alguns um movimento lateral. Também arriscado, visto que o time carioca tinha uma dupla de zagueiros de alta classe, Alexander Barboza e Bastos. Uma lesão deste último, porém, deu a Cunha uma chance e ele surfou uma onda de impulso na Copa do Mundo de Clubes.

Foi nos EUA, neste verão, que o segredo realmente foi revelado. Cunha esteve magnífico na surpreendente vitória por 1-0 sobre o Paris Saint-Germain, vencedor da UEFA Champions League, mantendo Gonçalo Ramos à distância e jogando com frieza através da imprensa francesa. Ele também marcou seu primeiro gol sênior na vitória da fase de grupos contra o Seattle Sounders, marcando uma cabeçada brilhante.

Noutras circunstâncias, essas exibições teriam feito com que departamentos de observação em toda a Europa lutassem pelos seus telefones. Forest, porém, já havia acertado o acordo que trouxe Cunha e seu companheiro Igor Jesus, atacante, para Nottingham. A Copa do Mundo de Clubes serviu apenas para fazer com que essa investida dupla parecesse menos arriscada do que poderia parecer.

Cunha ainda é jovem. Ele tem apenas 46 partidas pela seleção sênior em seu nome. Ele está longe do produto acabado.

O potencial, no entanto, é claro.

Cumprir isso será uma tarefa difícil, mas alto não deve ser um grande problema para o novo gigante do City Ground.

(Foto superior: Gualter Fatia/Getty Images)


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