Estudantes se reúnem em SP para entregar ‘tornozeleira de ouro’ a Carlos Bolsonaro: ‘Flertou com o golpismo’ – Brasil de Fato

Estudantes se reúnem em SP para entregar ‘tornozeleira de ouro’ a Carlos Bolsonaro: ‘Flertou com o golpismo’ – Brasil de Fato


Integrantes do movimento estudantil realizaram uma manifestação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na capital paulista, na noite desta terça-feira, no início de uma cerimônia em homenagem a Carlos Bolsonaroque atualmente é vereador no Rio de Janeiro (RJ) e ao deputado federal Mário Friasambos do PL fluminense. Frias ocupou a carga do Secretário da Cultura no governo de Jair Bolsonaro.

Segurando cartazes e entoando palavras de ordem, os jovens desejavam entregar dois troféus “tornozeleira de ouro” aos homenageados, que serviram na Alesp para receber o colar de honra ao mérito legislativo, condecoração proposta pelo deputado bolsonarista Paulo Mansur (PL).

“Trata-se de mais uma ação sistêmica da extrema direita, que é de conceder essas honrarias para personalidades do seu nicho, sobretudo para fazer a manutenção do discurso”, avalia o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo. Para ele, essa é uma manobra articulada pelos bolsonaristas para “trazer legitimidade e manter a sua base agitada”.

Entregue a personalidades históricas por seus trabalhos para o incentivo à cultura, à defesa dos direitos humanos e à democracia, a homenagem chega a Carlos poucos dias após a prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonarocondenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe contra a democracia brasileira.

“Nas últimas semanas, só para pegar um exemplo, tivemos a entrega da mesma honraria para o Emicida (rapper e cantor), que é uma figura que de fato tem um trabalho não só na cultura, mas no trabalho social”, ressalta Malena Rojas, secretária geral da União Estadual dos Estudantes de São Paulo. “Essa casa já entregou a honraria pós mesmatuma a Wladimir Herzog e tantas outras figuras que defendem um princípio de democracia e um princípio de sociedade com justiça social”, diz.

Para os estudantes, a homenagem dirigida a duas figuras intimamente vinculadas ao golpismo, é contraditória aos princípios da Assembleia.

“Ver a Alesp homenagear uma figura que não só flertou com o golpismo, mas que trabalhou em ataques contra as instituições do nosso do nosso país, chegando a se envolver nessa trama internacional que culminou no tarifaço para tentar impedir as cláusulas de Jair Messias Bolsonaro, seu pai, é algo que para nós não é aceitável”, declara Bianca Borges, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Porque golpismo não é projeto de país”, diz.

Troféu da ‘tornozeleira de ouro’ | Crédito: Junior Lima @xuniorl

Nos corredores da Alesp, o deputado estadual Carlos Giannazi (PSL) declarou o seu repúdio em homenagem. “Nós discordamos desse tipo de homenagem, porque ela não é votada, não há votação. Quem decide é a mesa diretora. Então, a gente não tem como interferir nesse processo”, afirma à reportagem do Brasil de Fato. “Discordamos veementemente esse tipo de homenagem aos representantes da extrema direita protofascista”.

Logo no início da cerimônia, o grupo de manifestantes se reuniu diante da entrada do salão, onde chegou a ser hostilizado por alguns bolsonaristas. Do lado de dentro, pessoas com bonés com o nome do ex-presidente, trajes em verde e amarelo e até camisetas de incentivo à cultura armamentista filmavam os rostos dos estudantes. Alguns ensaiaram palavras de ordem em resposta aos manifestantes que, segurando um megafone, fizeram valer o recado.

“Sem anistia e sem perdão, eu quero ver os golpistas na prisão”, diziam, em coro. O ato teve duração de cerca de 40 minutos.

Apesar de se posicionarem na entrada do plenário de homenagem, o grupo não conseguiu fazer a entrega dos troféus. Antes mesmo da sessão começar, o policiamento no local foi reforçado. Carlos e Mário Frias conseguiram driblar o grupo e acessar uma plenária por uma via de acesso alternativa. Cercados pelos policiais militares, os manifestantes decidiram encerrar o ato. Para eles, no entanto, valeu estar ali para marcar presença e dar o recado.

“Eu acho que a gente utilizou a ação da melhor forma que a gente pode. Acho que a melhor forma de finalizar essa ação é do jeito que a gente finalizou, dando o recado dos estudantes e mostrando que, diferentemente do Jair Bolsonaro, a gente está livre para comemorar esta sexta-feira”, avalia Mariana Garcia, diretora de comunicação da UEE.


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