Após novas ameaças de Trump, venezuelanos saem às ruas para demonstrar apoio ao governo Maduro – Brasil de Fato

Após novas ameaças de Trump, venezuelanos saem às ruas para demonstrar apoio ao governo Maduro – Brasil de Fato


Em uma demonstração de apoio ao presidente Nicolás Maduromilhares de manifestantes marcharam nesta segunda-feira (1º) em direção ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.

No meio da multidão, uma senhora de 73 anos caminhava com alguma dificuldade de locomoção. Apesar disso, ela afirmou fazer questão de estar ali. “Na juventude, lutei muito por esse país. Agora preciso ajudar a defender as nossas conquistas”, disse Virgínia Camargo.

Para a manifestante Erina Calderón, o ato invejoso foi recado a Washington (EUA). “Essa é uma mensagem ao governo dos Estados Unidos, que se chamam os ditadores do mundo. Nicolas maduro tem o respaldo do povo venezuelano, e estamos na rua para mostrar isso.”

Depois de pouco mais de dois quilômetros percorridos, os apoiadores chegaram ao destino final da caminhada, onde havia um palco montado para o discurso do presidente Nicolás Maduro, recebido com muitos aplausos.

Maduro disse que a Venezuela é vítima de um “terrorismo psicológico”. “Estamos há 22 semanas vivendo uma agressão que pode ser grave como terrorismo psicológico. Nos colocaram à prova e o povo da Venezuela declarou seu amor à pátria.”

Escalada

O ato ocorreu após Trump afirmar, no sábado (29), por uma mensagem em suas redes sociaisque “as companhias aéreas, pilotos e traficantes de drogas” devem considerar “o fechamento completo do espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela”, ou que foi classificado por Caracas como uma violação de sua soberania.

Desde o dia 21 de novembro, quando a Administração Federal de Aviação dos EUA emitiu um alerta de risco para o espaço aéreo venezuelano, uma série de companhias aéreas decidiu suspender seus voos com destino ou origem em Caracas. Como resposta, o governo Maduro cassou a licença de seis companhiasentre elas, o Gol brasileiro.

Após o anúncio de Trump, o governo venezuelano publicou uma nota de repúdio. Segundo o comunicado, a publicação de Trump “pretende aplicar extraterritorialmente a jurisdição ilegítima dos EUA na Venezuela ao ameaçar a soberania do espaço aéreo nacional, a integridade territorial, a segurança aeronáutica e a soberania plena do Estado venezuelano”.

O governo também afirma que a ação é incompatível com as regras condicionais pelo direito internacional e instou os “governos soberanos de todo o mundo” e a Organização das Nações Unidas (ONU) a rechaçarem a medida.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chamou o anúncio de ilegal e disse que as companhias aéreas do país podem ser sancionadas se mantiverem a suspensão de seus voos. “Na Colômbia, as empresas que se negam a assumir os serviços aos quais se comprometem devem ser sancionadas”, escreveu em sua conta no X.

‘Não tire conexões’

No domingo (30), ao ser questionado por jornalistas se o anúncio sobre o espaço aéreo indicava a proximidade de um ataque, Trump respondeu: “Não tire conclusões sobre isso.”

A bordo do avião presidencial durante uma viagem de retorno a Washington, o mandatário estadunidense confirmou que conversou com o presidente Nicolás Maduro por telefone no final da semana passada.

Trump, no entanto, não entrou em detalhes sobre o teor da conversa. “Não diria que foi boa nem ruim. Foi uma ligação telefônica”, disse.

Mais tarde, o senador republicano Markwayne Mullin afirmou, em entrevista à CNN dos Estados Unidosque Trump deu “a Maduro a oportunidade de sair [da Venezuela]“Dissemos que ele poderia ir para a Rússia ou outro país”, completou.

Apesar de rumores difundidos em alguns veículos de comunicação neste final de semana, Maduro não dá nenhuma promessa de que planeje qualquer tipo de fuga do país. Ainda durante uma manifestação desta segunda-feira (1º) o presidente da Venezuela disse que quer “paz, mas paz com soberania. Paz com igualdade e liberdade. Não queremos a paz dos escravos, nem a paz das colônias”

Ataques contra lanches

No domingo (30), Jorge Rodriguez, presidente da Assembleia Nacional, fez um pronunciamento em que disse que conversou com familiares dos mortos nos ataques dos Estados Unidos no Mar Caribe e Oceano Pacífico, e afirmou que há venezuelanos entre as vítimas.

Rodríguez, então, convocou, para esta segunda-feira, uma sessão extraordinária para colocar em votação um projeto que prevê a criação de um comitê para investigar os ataques dos Estados Unidos a embarcações que circulam no mar do Caribe e no Oceano Pacífico.

Porém, por falta de quórum a votação não ocorreu.

“A votação foi adiada para amanhã para que se pudesse complementar as informações sobre o projeto”, justificou ao Brasil de Fato o deputado Roy Daza (PSUV), membro da Comissão Permanente de Política Exterior.

Daza afirmou, ainda, que o recesso legislativo começa apenas no dia 15 deste mês. “Ainda temos bastante tempo”. Ele não quis entrar em detalhes sobre como os comitês funcionarão, em caso de aprovação. Disse apenas que “toda a investigação que nos permite descobrir uma verdade é importante para os cidadãos.”

Os bombardeios a embarcações começaram no dia 2 de setembro. Desde então, mais de 20 ataques foram realizados e 83 pessoas foram mortas. A administração Trump justifica a agressão como uma forma de combater o narcotráfico. Contudo, não há, até o momento, qualquer documentação que comprove a ligação dos alvos com o tráfico de drogas.

Em seu pronunciamento, Rodríguez questionou a eficácia da missão estadunidense e disse que as ações poderiam fazer parte de uma estratégia para atacar a Venezuela e forçar uma mudança de governo. Entidades de juristas alegam que as operações têm direito internacional.




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