Pontos-chave
- O indicador de inflação no meio do mês no Brasil caiu para 4,41% em relação ao ano anterior, ainda acima da meta de 3%, mas dentro do teto oficial.
- A pressão de dezembro veio das viagens e dos transportes – as passagens aéreas subiram 12,71% – enquanto os mantimentos continuaram caindo em muitos produtos básicos.
- Com taxas de 15%, a questão para 2026 não é “podem começar os cortes?” mas “será que a inflação realmente mudou, especialmente nos serviços?”
O Brasil acaba de entregar o tipo de número que acalma os mercados sem deixar ninguém relaxar. O IPCA-15 – uma leitura antecipada dos preços ao consumidor – subiu 0,25% em dezembro e 4,41% nos últimos 12 meses, ante 4,50% anteriormente.
Deixa a inflação acima do banco centralda meta de 3,0%, mas ligeiramente abaixo do limite superior de 4,5% da faixa de tolerância. O título parece técnico.
As apostas não são. O Brasil tem uma das taxas diretoras mais altas das principais economias: a Selic está em 15%, perto do máximo em duas décadas.
Esse nível molda tudo o que importa aos estrangeiros – a estabilidade monetária, o custo do crédito, o ritmo do investimento e se o Brasil pode continuar a financiar-se sem assustar os investidores.


O mês inflação A história também é um retrato de como o Brasil “se sente” no terreno. Os custos de transporte subiram 0,69% e causaram a maior parte dos danos, com as tarifas aéreas subindo 12,71% e os preços de carona subindo 9,00%.
O combustível foi misto: o etanol subiu 1,70%, a gasolina subiu 0,11% e o diesel caiu – ajudando a impedir que o pico do transporte se espalhasse por toda parte.
Enquanto isso, o corredor do supermercado contava uma história diferente. A alimentação em casa caiu pelo sétimo mês consecutivo. O tomate caiu 14,53%, o leite longa vida caiu 5,37% e o arroz caiu 2,37%.
A carne seguiu na direção oposta, subindo 1,54%, um lembrete de que a desinflação é desigual e pode ser revertida rapidamente. O “por trás da história” são os custos de habitação e administrativos.
No ano, a habitação subiu 6,69% e a energia elétrica residencial saltou 11,95%, mantendo a pressão sobre as famílias mesmo quando alguns alimentos ficam mais baratos. Os mercados debatem agora quando a flexibilização começa em 2026 – muitos deles inclinam-se para Março em vez de Janeiro.
O dilema do banco central é simples: cortar demasiado cedo e a credibilidade evapora; espere muito e o crescimento e o crédito serão prejudicados. O próximo ponto de verificação é a divulgação completa do IPCA de dezembro, em 9 de janeiro de 2026.