Ainda faltam meses para as próximas eleições presidenciais na Colômbia, mas um homem já explodiu o guião do lado da oposição.
Abelardo De La Espriella, um advogado criminal mais conhecido como “consertador” público do que como político, subiu para o segundo lugar nas sondagens nacionais e forçou a direita tradicional a decidir se o segue ou se o combate.
Duas pesquisas recentes colocam o senador Iván Cepeda à frente com pouco mais de 30% das intenções de voto, mas De La Espriella agora pontua na adolescência, enquanto a maioria dos outros candidatos da oposição luta para chegar a 5%.
Dentro do movimento de Álvaro Uribe, outrora o lar natural de eleitores preocupados com a segurança, os seus próprios pré-candidatos mal chegam a 1%.
O ponto de ruptura ocorreu quando o veterano político Miguel Uribe Londoño foi expulso do partido de Uribe após supostamente sinalizar apoio a De La Espriella.
Ele nega ter mudado de lado, mas o episódio expôs algo mais profundo: muitos membros da velha guarda temem que, se resistirem ao estranho, serão eliminados; se o abraçarem, poderão perder o controle do seu próprio projeto.
Quem, então, é esse recém-chegado que está remodelando o campo? De La Espriella fez fama defendendo clientes poderosos e controversos, incluindo o próprio Uribe e o empresário venezuelano Alex Saab.


A direita da Colômbia enfrenta sua escolha mais difícil com o surgimento de De La Espriella
Ele faz campanha como um nacionalista duro contra o crime, promete reverter o curso econômico e de segurança do atual governo e diz que restaurará relações diplomáticas plenas com Israel.
Em vez de contar com uma máquina partidária, ele está coletando assinaturas e afirma ter reunido mais de quatro milhões.
Os críticos alertam que seu estilo é muito pessoal, muito agressivo e muito focado em acertar contas com a liderança atual.
Eles apontam para pesquisas que sugerem que o senador Cepeda ainda o venceria confortavelmente no segundo turno.
Os apoiantes argumentam que nenhuma outra figura da oposição está nem perto de ser competitiva – e que a segurança, a ordem e a previsibilidade económica devem vir antes dos egos internos. Para expatriados e leitores estrangeiros, esta luta importa muito além da Colômbia.
Ajudará a decidir se uma das principais economias da América Latina permanecerá num caminho mais polarizador e fortemente estatal, ou se uma agenda de lei e ordem e favorável ao mercado conseguirá reagrupar-se e desafiá-la de forma eficaz.