Acadêmicos do Sul Global defende a soberania da Venezuela

Acadêmicos do Sul Global defende a soberania da Venezuela


“Esperamos unir o Sul Global, especialmente a América Latina, porque a região tem a história e a prática mais profunda de luta anticolonial e elegeu grandes vitórias. trabalhar junto com a América Latina para promover uma nova ordem de difusão de informação no século XXI, rompendo a hegemonia do discurso, do conhecimento e da narrativa histórica ocidental”.

Com essas palavras, Lu Xinyu, decana do Instituto de Comunicação Internacional da Universidade Normal do Leste da China e presidente do Fórum Acadêmico do Sul Globalsintetizou o caminho defendido por acadêmicos internacionais para fortalecer a Venezuela na disputa de narrativas frente à explosão política e midiática dos Estados Unidos.

O discurso de solidariedade à Venezuela e reforço da cooperação científica e cultural entre países do Sul Global foi a terceira edição do Fórum, em Xangai, com a participação de mais de 250 especialistas de 21 países.

A Venezuela enfrenta uma crescente pressão militar e econômica, com intensas ameaças por parte dos Estados Unidos, que inclui o envio de tropas e navios de guerra no Caribe, bloqueio marítimo e assassinato aéreo, ataques e ataques a embarcações pesqueiras venezuelanas, além da imposição de quase mil sanções consideradas ilegais segundo o direito internacional. Ao mesmo tempo, líderes da oposição venezuelana, como María Corina Machado, têm defendido publicamente intervenções militares externas em seu país.

Ao Brasil de Fato, a presidente do Fórum destacou experiências de resistência social na América Latina, como o MST no Brasil:

“Este ano visitei o Brasil e conheci o MST e a Escola Nacional Florestan Fernandes. Fiquei profundamente tocada pela coragem, resistência e força política do movimento camponês”, disse. Segundo Lu,essas iniciativas demonstram que o Sul Global pode desenvolver alternativas própria frente à desinformação e à pressão internacional sobre países como a Venezuela.

O historiador indiano Vijay Prashad, diretor do Instituto Tricontinental, também criticou duramente as acusações dos Estados Unidos contra a Venezuela, afirmando que a narrativa de “narcoestado” é usada como pretexto para fundamentar uma intervenção militar:

“Uma mentira trivial é dizer que a Venezuela é um narcoestado, porque a Agência Antidrogas dos EUA (DEA) relata claramente que 80% das drogas vêm da costa do Pacífico e não têm nada a ver com a Venezuela. Mas mais profundo do que isso é uma mentira sobre democracia e liberdade. A ideia de que, de alguma forma, os Estados Unidos são o farol da democracia e todos os outros países são inferiores a eles, como Cuba, Venezuela.”

Uma guerra de narrativas mentirosas que levaram, segundo Prashad, a outras intervenções militares em busca, na realidade, do petróleo, como foi a do Iraque. O historiador também criticou figuras da oposição que defendem uma intervenção estrangeira, comparando-os com governos que violaram normas internacionais.

“O fato de María Corina Machado receber o Nobel da Paz coloca-a no mesmo campo que Barack Obama, que ganhou o Nobel e depois cometeu assassinatos extrajudiciais com drones em outros países. É impossível levá-los a sério”, apontou.

O posicionamento também foi compartilhado pela vice-presidente e diretora do Instituto de Estudos Estratégicos Asiáticos das Filipinas, Anna Rosario Malindog-Uy, que mencionou que a ação dos Estados Unidos contra a Venezuela representa um plano de mudança de governo para controlar os recursos naturais desse país.

“Eles querem a saída de Maduro porque não conseguem controlá-lo. A Venezuela é um dos principais fornecedores de petróleo e possui muitos recursos naturais que interessam aos Estados Unidos; eles querem controlá-los. Mas Maduro não é um fantoche dos Estados Unidos.”

“Trump justifica isso como uma questão de narcotráfico, mas ninguém acredita nisso aqui no Sul Global. Todos sabemos que quando os EUA estão interessados ​​nos recursos naturais de um país, encontram formas de intervir, inclusive mudanças de governo. Isso aconteceu muitas vezes em diferentes partes do mundo, nas Filipinas, no Oriente Médio”, reforçou a pesquisadora.

Ela conclamou o povo venezuelano em defesa de sua soberania. “Toda a solidariedade aos meus compatriotas venezuelanos e aos meus camaradas. Não permitam que seu país caia sob o controle de uma potência imperial como os Estados Unidos. Vocês devem lutar pelo seu país”, finalizou.


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