Pontos-chave
- Marco Rubio diz que os laços EUA-Brasil estão em uma “trajetória positiva” após meses de turbulência tarifária e de sanções.
- Os EUA estreitaram a cobertura tarifária, cortaram tarifas sobre mais de 200 produtos e suspenderam as sanções Magnitsky ligadas à disputa na Suprema Corte do Brasil.
- A Venezuela é o próximo ponto de tensão, com Rubio não descartando conversações diretas entre Trump e Maduro.
No dia 19 de dezembro, Rubio disse que a cooperação comercial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avançou, embora o “trabalho” permaneça. Ele também confirmou recente ligação com o chanceler Mauro Vieira para alinhamento de prioridades.
Isso é uma mudança em relação a agosto, quando o governo Trump impôs tarifas que chegaram a 50% sobre os produtos brasileiros.
Brasília respondeu com uma linha de apoio de R$ 30 bilhões (US$ 6 bilhões) por meio do Fundo de Garantia às Exportações, combinada com ajuda aos pequenos exportadores e alívio fiscal para estabilizar o fluxo de caixa.
Seguiu-se uma abertura política no final de Outubro, quando Lula e Trump se reuniram durante a 47ª cimeira da ASEAN em Kuala Lumpur. O Brasil pressionou por uma solução negociada, argumentando que as tarifas eram economicamente prejudiciais. Os EUA sinalizaram que queriam resultados mais rápidos e semelhantes aos de um acordo.
O alívio veio em etapas. Em meados de novembro, a Casa Branca atualizou o anexo vinculado à Ordem Executiva 14.323, estreitando a lista de bens que enfrentam o ônus adicional.
Logo depois, Washington removeu uma camada de impostos de 40% para mais de 200 itens, incluindo carne bovina, café e açaí.


Rubio vê melhorias nos laços EUA-Brasil, com negociações comerciais ainda inacabadas
A maior redefinição ocorreu em 12 de dezembro, quando os EUA retiraram o juiz do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes, a sua esposa Viviane Barci de Moraes e o Instituto Lex da lista de sanções Global Magnitsky.
As designações transformaram a luta jurídica interna do Brasil em um confronto bilateral. Elevá-los baixou a temperatura e reabriu espaço para negociações comerciais.
A reviravolta de Trump no Brasil: quando as tarifas e sanções rendem aos minerais e aos negócios
Agora a Venezuela pode decidir se o degelo se mantém. Rubio disse que Washington reconhece a “boa vontade” de Lula em oferecer mediar e não descartou uma reunião entre Trump e Nicolás Maduro, mesmo quando os EUA reforçam a fiscalização marítima em torno do petróleo venezuelano.
A política ainda morde. Os legisladores democratas dos EUA instaram Trump a evitar novas tarifas sobre o Brasil. No Brasil, a sentença de 27 anos de Jair Bolsonaro mantém as tensões elevadas.
Online, a mudança alimentou falsas alegações virais sobre “exigências” ocultas dos EUA, mostrando como é fácil que as decisões técnicas se transformam em armas políticas.