Pontos-chave
- O ministro Alexandre de Moraes autorizou Jair Bolsonaro a deixar a prisão preventiva para internação e cirurgia depois que os médicos da polícia pediram ação “o mais rápido possível”.
- O juiz negou pedido de recuperação da prisão domiciliar, mantendo Bolsonaro sob vigilância antes e depois do procedimento.
- A decisão traça uma linha entre cuidado e privilégio: o tratamento é concedido, mas um regime mais brando não.
O ministro Alexandre de Moraes autorizou a internação de Jair Bolsonaro no hospital DF Star para cirurgia para tratamento de hérnia inguinal bilateral.
A junta médica da Polícia Federal concluiu que a operação não deveria ser adiada. Os advogados de Bolsonaro haviam buscado a autorização no dia 9 de dezembro.
Especialistas da Polícia Federal disseram ao tribunal que a condição tem sido resistente ao tratamento e já está atrapalhando a rotina.
Eles citaram a piora do sono e da alimentação e alertaram que o atraso poderia aumentar o risco de complicações de hérnia à medida que a pressão intra-abdominal aumenta.
A mesma revisão abordou os soluços persistentes de Bolsonaro e considerou o bloqueio do nervo frênico uma opção tecnicamente apropriada.


Bolsonaro é liberado para cirurgia de hérnia, mas tribunal recusa recuperação em prisão domiciliar
Bolsonaro disse aos examinadores que os soluços começaram em setembro de 2018, após sua primeira cirurgia após o ataque com faca durante a campanha daquele ano.
O sintoma melhorou após cerca de um mês, disse ele, mas retornou após operações subsequentes – sete no total.
Desde o procedimento mais recente, ele relatou que os soluços não pararam completamente, com apenas pausas ocasionais de um a dois dias nos últimos sete meses, antes que os episódios retornassem e persistissem por dias, afetando o sono e o apetite.
Moraes rejeitou o pedido da defesa de prisão domiciliar “humanitária” durante a recuperação. Ele observou que o local de custódia de Bolsonaro fica perto do hospital, limitando as preocupações com acesso de emergência.
A equipe médica de Bolsonaro disse que a internação pode durar de cinco a sete dias. A decisão exige que os advogados apresentem o cronograma da cirurgia; depois disso, o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal para parecer expedito.
Bolsonaro está detido nas instalações da Polícia Federal em Brasília para cumprir pena de 27 anos após uma condenação do Supremo Tribunal em setembro ligada a um plano de golpe após sua derrota nas eleições de 2022.
Online, os apoiantes consideraram rígida a recusa da prisão domiciliária, enquanto os críticos argumentaram que os cuidados médicos não deveriam alterar uma sentença.