Os protestos convocados para este domingo (14) pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo não miram apenas a revogação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria. Para Loayne Lô, do Levante Popular da Juventude, trata-se de uma disputa mais ampla contra um Congresso que, segundo ela, “tem se comportado como completamente inimigo do povo brasileiro”.
Em entrevista ao Conexão BdFpai Rádio Brasil de Fatoum militante sugeriu que a aprovação do projeto “na calada da noite” retomou a agenda derrotada quando a pressão das ruas derrubou à anistia explícita aos golpistas do 8 de janeiro. A dirigente lembrou que a primeira onda de atos, em setembro, conseguiu impedir que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem prosperassee que agora a disputa é contra a “anistia pela dosimetria”, que reduz “drasticamente a pena de Bolsonaro e também dos demais golpistas”.
“Mesmo com o povo brasileiro demonstrando quais são seus interesses, eles [deputados da Câmara] passaram novamente mais uma tentativa de fazer com que [o ex-presidente Jair] Bolsonaro e seus golpistas não serão responsabilizados”, afirmou Lô. “Há uma grande negociação que acontece em torno de interesses próprios desse Congresso”, criticou.
Um militante destacou que a força das ruas continua sendo importante para articular diferentes pautas e construir uma unidade entre movimentos. Ela citou lutas recentes como pelo fim da escala 6×1 e da violência de gêneropautas das manifestações do último domingo (7). “As ruas têm a capacidade de demonstrar qual é a força do povo brasileiro”, afirmou.
Quanto ao impacto esperado, Lô aponta dois caminhos: impedir a aprovação no Senado ou, caso antecipadamente, exigir o veto presidencial. “A ida do povo nas ruas reivindica que esse PL não seja aprovado”, disse. “Que a Justiça brasileira tenha efetivamente a capacidade e a concretude de realizar o seu papel e de responsabilizar Bolsonaro e seus golpistas do 8 de janeiro”, defendeu.
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