Pontos-chave
- O apoio ao presidente Yamandú Orsi está estagnado em 36% de aprovação e 36% de rejeição após o seu primeiro ano.
- Os eleitores de rendimentos mais baixos continuam mais apegados ao seu governo, enquanto os grupos de rendimentos médios e altos se afastam.
- A crescente fadiga em relação à segurança, ao crescimento e aos impostos poderá estreitar a sua margem para expandir o Estado ou promover novas experiências.
Para muitos estrangeiros, o Uruguai é a “boa notícia enfadonha” da América do Sul: pequeno, previsível, com instituições estáveis e poucos choques. O primeiro ano do presidente Yamandú Orsi mostra por que essa imagem precisa agora de uma atualização.
Uma nova pesquisa nacional da Equipos Consultores revela que o país está dividido ao meio quanto ao seu desempenho. Trinta e seis por cento aprovam o seu trabalho, 36% desaprovam e cerca de um quarto fica no meio, nem satisfeito nem zangado.
A aprovação não melhorou nos últimos meses, mas a desaprovação subiu de 32%, um sinal de que a paciência está a diminuir em vez de o entusiasmo aumentar.


O mapa de opinião é impressionante. Em Montevidéu, em Canelones e no interior, o quadro é quase idêntico. A verdadeira linha de fratura não é a geografia, mas a classe.
Nos grupos de renda média, média-alta e alta, Orsio saldo da economia é claramente negativo, reflectindo a frustração em relação aos impostos, à regulamentação e ao sentimento de que a economia produtiva não é uma prioridade.
Nos segmentos de rendimento baixo e médio-baixo, o seu saldo permanece positivo, graças às expectativas de que o bem-estar e os subsídios serão protegidos.
A identidade partidária aguça essa divisão. Dentro do seu próprio campo, Orsi ainda desfruta de um forte apoio. Entre os eleitores da oposição, quase dois em cada três rejeitam agora o seu desempenho, depois de um aumento constante na desaprovação durante os últimos meses do ano.
Para expatriados, investidores e observadores estrangeiros, a história mais profunda tem a ver com limites. Uruguaias instituições do país permanecem sólidas e não há sensação de crise iminente.
Mas um presidente que é pessoalmente apreciado mas politicamente estagnado tem menos liberdade para aumentar impostos, reverter reformas ou expandir o controlo estatal.
Os números sugerem um país cauteloso, sinalizando que deseja mais estabilidade e competência do que grandes experiências ideológicas. Isso tem importância muito além do horizonte de Montevidéu, inclusive para parceiros comerciais regionais e investidores de longo prazo.