O árbitro assistente de vídeo causa polêmica todas as semanas no Primeira Ligamas como as decisões são tomadas e estão corretas?
Nesta temporada, daremos uma olhada nos principais incidentes para examinar e explicar o processo tanto em termos do protocolo VAR quanto das leis do jogo.
Crédito da foto de todas as capturas de tela: NBC
Andy Davies (@andydaviesref) é ex-árbitro do Select Group, com mais de 12 temporadas na lista de elite, atuando na Premier League e no Campeonato. Com vasta experiência no nível de elite, ele atuou no espaço VAR na Premier League e oferece uma visão única dos processos, lógica e protocolos que são entregues em uma jornada da Premier League.
Árbitro: Michael Salisbury
VAR:Nick Hopton
Incidente 1: Possível ofensa de handebol do zagueiro do Wolves Emmanuel Agbadou na grande área.
Tempo: 38 minutos
O que aconteceu: O chute do extremo do Manchester United Amad Diallo atingiu o braço de Agbadou, mas o árbitro Salisbury não considerou que fosse uma ofensa de handebol e permitiu que o jogo continuasse.
Decisão do VAR: A decisão do árbitro de não haver pênalti foi verificada e confirmada pelo VAR, sendo o incidente considerado não uma infração de handebol.

Revisão do VAR: O processo de revisão do VAR exige que eles apliquem critérios específicos de handebol em relação às imagens disponíveis para julgar se uma infração foi cometida:
– O jogador tocou deliberadamente na bola com a mão/braço movendo a mão/braço em direção à bola?
– O jogador tocou a bola com a mão/braço quando isso tornou seu corpo anormalmente maior?
Considera-se que um jogador tornou seu corpo anormalmente maior quando a posição de sua mão/braço não é uma consequência ou justificável pelo movimento do corpo do jogador para aquela situação específica.
A bola atingiu o braço esquerdo de Agbadou em velocidade e foi do lado errado para o árbitro ter uma visão clara, pelo que a sua comunicação em campo teria refletido isso. Tendo considerado todas as evidências, o VAR considerou que a área do braço onde a bola bateu e a ação/nível de movimento negaram que isso fosse uma infração.
Veredicto: Parecia uma bola de handebol em tempo real. E, depois de assistir aos replays, acredito que seja uma intervenção perdida do VAR.
A bola atingiu a parte inferior da manga curta de Agbadou em seu braço, e esta área atende aos critérios para uma infração de handebol. Da mesma forma, há um movimento deliberado do braço do defensor do Wolves em direção à bola – ele estava longe de seu corpo e, portanto, tornou seu corpo injustificadamente maior. Uma revisão em campo (OFR) deveria ter sido o resultado.
Incidente 2: Possível ofensa de handebol do zagueiro do Wolves Yerson Mosquera na grande área.
Tempo: 80 minutos
O que aconteceu: Desta vez, o tiro de Amad atingiu o braço de Mosquera. O zagueiro do Wolves se inclinou para cima, com a bola desviando no braço, mas o árbitro, que tinha uma visão muito boa, não sentiu que se tratava de uma bola de mão e permitiu que o jogo continuasse.
Decisão do VAR: Desta vez, o VAR considerou que a ação do defensor atendia aos critérios para infração de handebol e recomendou um OFR.

Revisão do VAR: Ao contrário do primeiro incidente nesta partida, o árbitro Salisbury teve uma visão clara deste e a sua comunicação ao vivo teria descrito as ações de Mosquera como não deliberadas. O VAR discordou e identificou que Mosquera não apenas se inclinou para o chute, mas que houve um movimento secundário deliberado do braço em direção à bola. Depois que Salisbury revisou a filmagem por meio do OFR, ele concedeu um pênalti ao United e sancionou Mosquera com um cartão amarelo.
Veredicto: Esta foi, na minha opinião, uma intervenção correcta. Compreensivelmente, serão feitas comparações entre dois incidentes semelhantes neste jogo, mas o andebol é uma lei difícil de aplicar de forma consistente, dadas as considerações subjetivas envolvidas. Dito isto, estes dois incidentes serão vistos como decisões relativamente simples do ponto de vista do VAR e ambos deveriam ter resultado numa intervenção.