Os dois principais candidatos nas eleições presidenciais de Honduras ainda estão empatados quando a contagem dos votos entra no quarto dia.
Com pouco mais de 84% dos votos apurados, o candidato conservador Nasry Asfura – que tem o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump – passou à frente do apresentador de televisão centrista Salvador Nasralla, mas a diferença entre os dois é mínima, de apenas 0,3 pontos percentuais.
A contagem dos votos foi adiada duas vezes por interrupções técnicas, que as autoridades eleitorais chamaram de “inescusáveis”.
O conselho eleitoral instou os hondurenhos a serem pacientes e a polícia aumentou a segurança em torno do hotel onde os votos estão sendo apurados.
As autoridades eleitorais não conseguiram conter a raiva quando a contagem foi novamente interrompida por várias horas na quarta-feira.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Ana Paola Hall, culpou pelo atraso a empresa privada encarregada de apurar os resultados.
Ela disse que a empresa realizou a manutenção sem avisar ou consultar a CNE.
A paralisação ocorreu um dia depois de o portal que exibia resultados em tempo real ter travado.
Os problemas técnicos aumentaram ainda mais a tensão que assola estas eleições.
Os primeiros relatórios preliminares da CNE divulgados na Segunda-feira mostravam Nasry Asfura na liderança.
O candidato do Partido Nacional, de 67 anos, tem o apoio do Presidente Trump, que ameaçou cortar a ajuda às Honduras se não for eleito.
Quando a CNE anunciou ainda na segunda-feira que Salvador Nasralla, 72 anos, tinha ultrapassado Asfura na contagem e que apenas cerca de 500 votos separavam os dois, Trump acusou-a de “tentar mudar” o resultado das eleições.
“Se o fizerem, haverá um inferno a pagar”, disse o presidente dos EUA, sem fornecer qualquer prova de qualquer fraude nas eleições em Honduras.
Na madrugada de quinta-feira, a contagem dos votos pendeu novamente a favor de Asfura, mas o resultado permanece longe de ser certo.
Entretanto, tanto Nasralla como Asfura dizem que continuam confiantes na vitória, citando as projecções de voto dos seus próprios partidos.